Só para tirar um pouco a poeira disso daqui.

“Conversando” no twitter hoje, lembrei da minha primeira bicicleta, que ganhei quando tinha entre 6 e 7 anos. Foi uma Caloi Dobravelzinha (ou mais corretamente, uma Caloi Berlineta), mais ou menos como essa daqui:

Pelo visto, ter uma bicicleta vermelha dobrável já estava programado desde cedo. O curioso é que a minha atual tem as rodas quase do mesmo tamanho (16″ e não 14″) que aquela primeira, quase 30 anos atrás…

Vida atribulada, muitas coisas acontecendo.

Este é só um post para tirar um pouco a poeira do blog, antes da próxima reviravolta que está por vir (e em breve) e que deve servir para eu colocar a vida no rumo certo (se é que isto existe) novamente.

Quem me conhece sabe que eu curto consertar as coisas e no geral eu gosto de fazer isso direito.

Mas tem horas que eu acho que, por motivos diversos, não vale mais à pena.

E o que eu faço é apenas contornar o problema, ainda que de forma funcional, do modo mais preguiçoso possível.

Este foi o caso da torneira do filtro do escritório:

E está lá, há quase uma semana. Firme e forte.

Ontem fizeram exatos 9 anos que a conheci.
Naquele primeiro momento, trajava macacão curto, bem moleca.
E em 9, muita coisa mudou.
Há 2, prometi que seríamos amigos ao menos pelos próximos 50.
9 atrás, não poderia imaginar que a moleca da janela estaria aqui, ao meu lado.
Mas consigo imaginar aonde quero que ela esteja, nos próximos 48.

Penúltimo dia de caminhada: este foi o que tivemos o menor rendimento. A trilha estava bem pesada e estávamos cansados. Logo chegaríamos ao último ponto de acampamento.

Final da trilha pelo rio. Neste ponto, existe uma garganta que não dá para atravessar ou contornar. Quer dizer, pessoas normais. O Lex já arriscou um mergulho nela anos atrás.

A garganta ainda receberia uma visita futura.

Para chegar no nosso último ponto de acampamento, foi necessário o auxílio de uma corda, para subir uma parede de pedra e entrar no meio do mato para chegar numa pequena clareira.

Para o alto e avante!

Chegando na clareira, enquanto as meninas montavam o acampamento, Lex e eu fomos até a beira da garganta para conseguirmos água. Montamos um rapel e descemos a parede reta até o nível do rio. Enchemos os reservatórios e subimos novamente pela corda.

Nesta noite estávamos acabados. Caímos no sono cedo, enquanto nuvens carregadas passavam por nós. Trovejou a noite toda, mas a chuva não chegou a cair.

No dia seguinte, levantamos mais cedo, empacotamos as coisas e toca o caminho de volta. Tínhamos que cobrir todo o caminho e ainda encarar a ladeira acima. Eu estava com uma certa preocupação quanto a conseguirmos fazer todo o percurso de volta a tempo. Toca apertar o passo. Desta vez a caminhada foi realmente puxada.

Subidas em meio às cachoeiras

Pegamos a bifurcação na trilha e começamos a subir o caminho da cachoeira da fumaça. Esse caminho era muito mais íngreme, e enfrentamos uma verdadeira escalada em meio à trilha de terra e lama no meio do mato.

Começo da subida.

Passando por troncos.

Parada para apreciar a vista.

Escalada em meio à mata.

Depois de subir mais de 100 metros de uma baita pirambeira, tendo que manter um espaçamento razoável entre cada pessoa para evitar que pedras soltas pelo caminho acertassem o parceiro imediatamente abaixo, chegamos novamente ao topo da serra, de onde se tinha uma vista ampla de Cubatão e Santos.

E ao fundo, o Atlântico.

Cansados? Imagina...

Ainda faltava mais um último trecho de trilha, que começou bem aberta no leito do rio, mas que depois fechou bastante, passando então para um caminho entre dois paredões de terra, com um córrego de água estagnada e lama correndo abaixo.

As sombras já estavam mais horizontais: o dia começava a acabar.

Ainda tínhamos mais uns pontos de subida para vencer.

Neste ponto, a trilha voltou a ficar mais livre e horizontal e começamos novamente a ganhar rendimento e velocidade. Chegamos com o sol já se pondo ao lamaçal e às linhas de alta tensão com seu zumbido característico. Desta vez não tivemos tanta sorte e nos sujamos inteiros, encharcando botas, meias e calças.

Lá estávamos novamente na estrada (ponto 2) para pegar o ônibus. A noite já estava escura. Estávamos sujos e fedendo a lodo. Trocamos as roupas lá mesmo, no meio fio, correndo pois o ônibus já estava chegando. As “botas de astronauta” receberam um fim não tão honroso, depois de sobreviverem a volta da trilha toda, sendo jogadas numa pilha enorme de lixo na beira da estrada.

Chegando novamente em Rio Grande da Serra, uma pausa antes de pegar o trem de volta para São Paulo, em um boteco com uma boa cerveja gelada.

Alimento de campeões, ou não.

No dia seguinte, um sorriso no rosto, o corpo inteiro dolorido e a lembrança de que não tínhamos mais 18 anos. Mas a vontade era de voltar para o meio do mato.

Companheira de viagem – apenas esperando a próxima aventura.

Acho que chegou a hora de começar a planejar a próxima empreitada.

Depois de um (não tão) breve intervalo, continuemos a história do passeio.

Após um belo brunch, hora de levantar acampamento e continuar a viagem. Desmonta-se tudo, limpa-se tudo e acondiciona-se novamente nas mochilas. Ao retomar a trilha, um susto: a quantidade de pessoas que estavam no ponto de acampamento logo à frente. Parecia uma pequena cidade. Barracas e pessoas espalhadas por todos os espaços disponíveis.

Começamos então a entrar na parte mais rochosa do leito do rio. Neste ponto, o ritmo de caminhada caiu muito, pois tínhamos que nos equilibrar nas rochas e a mochila atrapalhava bastante. Mas a vista estava cada vez mais bonita.


Chegamos então à bifurcação que iríamos fazer no caminho de volta:

Cachoeira da Fumaça. Subiríamos por ela na volta.

Entrávamos então no vale da morte e no início de uma das partes mais difíceis da viagem. Já havíamos descido mais ou menos uns 300 metros desde o início da caminhada, e este era um dos ponto de descida mais acentuada:

Nas nossas paradas de descanso, podíamos aproveitar as cachoeiras para alguns mergulhos:

Água por toda a parte.

photo by Jô

photo by Lex

photo by Lex

Como a velocidade de avanço estava bem menor do que esperávamos, tivemos que improvisar um ponto de parada (nosso acampamento nº 2) antes do esperado. Descer o rio de pedras no escuro não parecia uma boa idéia. Um platô mais plano, ao lado do rio, serviu para improvisarmos um local para as barracas.

Para caber as duas barracas e a rede, tivemos que fazer uma certa movimentação de terra, aplainar o terreno e carregar algumas pedras de um lado para o outro:

Ser ou não ser? photo by Vê

Apesar da certa precariedade do local de parada, era delicioso para dormir olhando para as estrelas e acordar logo pela manhã com a frente da barraca voltada para o rio e para pequenas cachoeiras. Aproveitamos o dia seguinte para curtir o lugar e dar alguns bons mergulhos antes de continuar o restante do dia de caminhada.

Vê: estilosa em meio ao mato - photo by Vê

Maracujá selvagem! photo by Vê

Maracujá selvagem! photo by Vê

Por ser carnaval, a área de acampamento que o Lex conhecia, mais ampla e espaçosa, estava tomada por outras barracas. Tivemos que montar a nossa num ponto antes de chegar à esta área, numa pequena clareira ao lado do rio. Como era em um trecho de passagem, durante a noite e no dia seguinte, tivemos várias visitas de ilustres desconhecidos no nosso acampamento.

Momento de montar a “casinha”:

photo by Vê

Nós levamos duas barracas para os casais e uma rede com uma Tarp Oca para a Vê. A montagem da rede demandou uma técnica um pouco mais apurada:

Macacos me mordam!! photo by Vê

E o resultado final, com a rede já com a cobertura:

E a corda virou varal - photo by Lex

O espaço interno é bastante confortável:

E com ótima luz para leitura! photo by Lex

A nossa “favelinha” já pronta, com o Lex já separando o material para o rango:

Detalhe do tripé com os camel backs.

Antes da janta, porém, deu para parar um pouco, curtir a tranqüilidade em meio ao nada e atualizar um pouco a leitura:

photo by Lex

photo by Lex

No dia seguinte pela manhã, hora da bóia com um senhor brunch. Viajando com a Jô, Lex e Vê, come-se muito, mas muito bem! Nada de miojo e outras tranqueiras tradicionais. Este foi o dia do Lex preparar um senhor omeletão:

No material de cozinha, a cafeteira italiana, que salvou nossas manhãs sonolentas - photo by Vê

O cheiro disso abriu (mais) o apetite - photo by Vê

Quase pronto. É só abafar mais um pouco - photo by Vê

E voilé! Isso estava uma delícia!! photo by Vê

Na janta da noite anterior, teve até sobremesa, de arroz doce e açaí:

Açaí reidratado ao luar - photo by Lex

Enquanto rolava a preparação da comida, acabei me “entretendo” com a resolução de um sério problema: a bota da Vê. Com a sola solta, teríamos problemas mais para frente no caminho de volta. Hora de um pouco de “MacGyverísmo” com o rolo de Silver Tape:

Hora de enfaixar o acidentado com Silver Tape - photo by Vê

Um pouco de calor para vulcanizar - photo by Jô

Bota de astronauta!

Quando terminei, fiquei na dúvida se o conserto agüentaria o tranco da trilha. Mas parece que meu remendo foi bem eficiente. A bota agüentou inteira até o final, quando teve o seu honroso “funeral viking”.

São MacGyver, rogai por nós!

Descendo do ônibus, já entramos na trilha que sai direto da estrada. Este trecho ainda era bem mais simples e plano, tanto que o rendimento do primeiro dia foi bastante proveitoso.

Basicamente o início deste trecho era uma estrada de terra batida em meio a um pântano. Logo no começo, passamos por debaixo de algumas torres de alta-tensão. Dava para ouvir claramente o chiado da energia elétrica nos fios.

Últimos preparativos – verificando as câmeras para coletar boas fotos:

Eletricidade no ar - photo by Vê

Todos prontos para ir, com as mochilas enormes nas costas:

photo by Lex

Enfrentando os trechos de pântano. Este da ida até que foi tranqüilo:

Nem atolamos muito - photo by Jô

Trechos da trilha, ainda bem simples e aberta:

photo by Jô

photo by Vê

photo by Vê

photo by Vê

A primeira dificuldade: atravessar o rio sobre os troncos, com a mochila pesada nas costas. A bichinha acaba desequilibrando mesmo a gente:

Essa ainda era a parte fácil - photo by Jô

Mais um trecho pantanoso e o primeiro “acidente”. Vê enfia o pé na lama e a sola da sua bota (ou boot para os íntimos) descola e solta quase totalmente. Para prosseguir caminho, foi necessária uma “cirurgia de emergência”:

Silver Tape, rogai por nós!

Trilheira Fashion!

Como a região é bem próxima de áreas povoadas, encontramos bastante lixo no caminho. Na foto, eu com o que sobrou de um chinelo de algum trilheiro pé-de-frango:

Essas pegadas... Mas este homem tem 3 pés?!? photo by Vê

E no último pedaço da trilha deste dia, chegamos ao rio, aonde fizemos trechos alternando entre terra firme e por dentro do leito até chegarmos no ponto do primeiro acampamento.

Hora de molhar o pé! photo by Vê

Hora de voltar a escrever por aqui, depois de mais um longo hiato.

Vou aproveitar e falar sobre a viagem de aventura do carnaval deste ano. Nosso destino: Paranapiacaba, sua trilha de cachoeiras e o Vale da Morte.

Nossos personagens: Lu, , Lex , e eu.

Abaixo, o mapa do trajeto percorrido. Entramos na trilha pelo ponto “1” e saímos pelo ponto “2” quatro dias depois. A distância em si não foi tão longa (o percurso total deu mais ou menos 10km), mas com um desnível de 330 metros entre o ponto de entrada e o ponto mais distante que chegamos – no acampamento 3.

Clique para Ampliar

Na noite pré-viagem, os preparativos. A maior parte do material espalhado no chão da sala da casa da Lu, pronto para ser acondicionada nas costas de cada andarilho:

Detalhe do gato vistoriando o material – photo by Vê

Vê se mostrando apaixonada pelo presente dado especialmente para viagem – um isolante térmico inflável:

photo by Jô

Para preparar os ânimos para o passeio, foi uma noite regada a comida japonesa:

Shimeji com Nirá – photo by Vê

E com um pouco de tabuleiro para relaxar:

Blokus – photo by Vê

No dia seguinte acordamos cedo, resolvemos algumas pendências e fomos até a estação da Luz pegar o trem para Rio Grande da Serra. E eis nossos aventureiros no seu passeio tranqüilo e confortável de trem, ainda limpos e arrumados:

Lu, apoiada no mochilão do Lex

Jô dá um último trato no Lex

Depois do trem pegamos um ônibus que nos deixou na estrada, na boca da trilha. E então começou mesmo a aventura. Mas essa parte da história fica para o post seguinte.

Pânico sob pelos

Homem passa oito horas soterrado por gatos e sobrevive.

da redação

flagrante do momento de desespero

Na noite de quarta passada, o Sr. André Moreau foi soterrado por uma pilha de gatos. Felizmente, na manhã desta quinta feira, ele conseguiu sair ileso, após oito horas de completo confinamento.

Segundo a vítima, a noite começou tranqüila e em pouco tempo já havia pego no sono. Em determinado momento, com uma sensação estranha, o Sr. André acordou assustado. Segundo ele: “acordei me sentindo preso e soterrado e em um primeiro momento achei que estava cego e que tinha perdido os movimentos da minha perna direita. Quando consegui entender, vi que era apenas o gato branco deitado sobre meu rosto e um gato gordo feito um hipopótamo que tinha deitado sobre a minha perna e ela havia dormido”.

No decorrer da noite, alternando estados e vigília e sono profundo, André conseguiu alcançar seu aparelho celular, mas ao ser indagado do porque não ter chamado por resgate (ou no caso, res-gato), tivemos a curiosa resposta: “eu não conseguia pensar em outra coisa. Tudo que eu pensava no momento era em tirar fotos engraçadas para criar imagens de ‘lol cats’ posteriormente”.

Pela manhã, já perdendo as esperanças de conseguir levantar antes da hora do almoço, a situação simplesmente resolveu-se sozinha. Ouvindo um barulho no outro cômodo, os gatos simplesmente levantaram e foram embora. “Parecia um milagre”, declara a vítima, “mas depois eu entendi que era apenas fome”.

A vítima passa bem e sofreu apenas uma pequena desidratação na pele do rosto, resultado das inúmeras lambidas sofridas. Seus dois filhos, Kyle e Aslan, respiraram aliviados com a sua volta para casa e comemoraram fazendo festa de barriga para cima.

Recebi isso hoje em um twittie. Achei que valia guardar.

“Love anything and your heart will be wrung and possibly broken. If you want to make sure of keeping it intact you must give it to no one, not even an animal. Wrap it carefully round with hobbies and little luxuries; avoid all entanglements. Lock it up safe in the casket or coffin of your selfishness. But in that casket, safe, dark, motionless, airless, it will change. It will not be broken; it will become unbreakable, impenetrable, irredeemable. To love is to be vulnerable.”

C. S. Lewis

abril 2024
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