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pequenos_14“O gato é o espelho da mente do ser humano, da personalidade e atitudes de seu dono; da mesma maneira que o cachorro reflete a aparência física de seu dono.”

(Winifred Carriere)

Bom, algo menor e mais leve para balancear o bloco de texto gigantesco de ontem: seres mientos.

Aslan e Kyle foram dois apoios enormes que eu tive no ano passado. Companheiros sempre presentes disfarçados de gatos. Seguraram barras enormes, em troca de um punhado de ração e um pouco de carinho na barriga.

Ambos são “readotados”. Eles já haviam sido adotados anteriormente por um casal de grandes (literalmente) amigos, mas como eles alteraram o endereço de correspondência para um local um pouco mais distante (Suíça), os gatos foram adotados uma segunda vez, agora por mim.

Não sou só eu que tenho animais em casa. Letícia possui cães na casa dela. Atualmente apenas 6, mas quando a conheci eles somavam 18.

Seria eu mais “cat person” e ela mais “dog person”? Creio que o mais correto seria dizer que somos “animal persons”. Crescemos com muitos animais a nossa volta e temos um apego e preocupação grande com eles. Não só com os nossos, mas com os de outras pessoas também, sempre perguntando para elas sobre eles, interagindo e cuidando sempre que possível e sentindo realmente quando um deles se vai em definitivo.

Mas não posso reclamar. Os dois são muito legais. Tão legais que me deixam morar no apartamento e nem reclamam muito da minha presença.

É um quarto fechado debaixo da escada.

A chave range quando girada.

Dentro, uma fina camada de pó recobre tudo.

Apenas seus passos incomodam o ambiente, levantam diminutas nuvens por onde você passa e deixam cicatrizes no manto cinza.

Móveis inteiros, móveis quebrados. Uma tênue réstia de luz que invade o cômodo pelas cortinas eternamente cerradas.

Você sempre para e pensa no que poderia ter disposto diferente.

Você sempre para e pensa se realmente poderia ser diferente.

No final, tudo que você pode fazer é virar as costas e sair do quarto.

Torcer para que consiga esquecer a existência desta porta, ou simplesmente perder a chave.

E o que sobra é limpar o pouco de pó que ficou grudado em você.

Bom, preciso iniciar de algum modo, talvez com uma explicação.

Por que isso? Parece uma boa pergunta (ou não tão boa, apenas razoável) para iniciar.

2008 foi um ano atípico. Arrisco dizer que foi o pior ano da minha vida.

Muita coisa ocorreu, muitos erros foram cometidos, muito foi dito e muito foi omitido.

Depois de tudo, o que sobrou de mim ainda é falho, incompleto, alquebrado. Eu preciso de um meio para ventilar o que aconteceu e ainda acontece. O que presenciei, o que concluí e o que foi intuído. Este blog é o meio.

Já faz muito que não escrevo e não tenho a menor pretensão destes textos terem o mínimo mérito literário. Aqui será apenas um repositório de idéias, fatos e pensamentos, reais em sua quase totalidade. Talvez um espaço para uma ou outra foto, minha ou de outros, ainda que meu mérito como fotógrafo seja pior que o de escritor.

Digitemos então.

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