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Roasted Potato

Neste final de semana passamos no Roasted Potato (uma rede de fast food de batatas que possui loja no Shopping Bourbon e mais 24 lugares) para uma janta rápida. Quando eu vi, a Lelê estava em silêncio, concentrada olhando a folha de papel que forrava a bandeja. Assim como as do McDonald´s, eles colocam uma série de textos pequenos para entreter o cliente enquanto ele come. Ela me passou a folha e falou: “leia isso”.

A proposta era interessante: Curiosidades da Natureza. Fiquei feliz, disseminar conhecimento sempre é algo bom. Mas um ponto essencial: é importante que este conhecimento esteja correto. Pecando não só pelos erros de português, mas também por boa parte das informações serem imprecisas ou simplesmente erradas, eu cito aqui algumas pérolas:

Nuvem verde no céu azul: A aurora boreal ocorre acima da atmosfera, transformando a energia do sol em nuvens de cor esverdeada, há 60 km de altitude, somente no hemisfério norte. Eu diria que estas são as nuvens de Marte.”

Vento ventania… O vento se movimenta quando o ar mais quente sobe, fazendo com que o ar mais frio desça e tome seu espaço. Enquanto eles mexem a gente se refresca.”

Água em chamas? Bum! Hidrogênio e oxigênio são componentes que causam fogo, mas combinados formam a água. Ela não pega fogo porque sua estrutura é tão segura que nem a energia mais forte é capaz de rompe-la. Se isso acontecesse, a torneira seria um lança chamas.” (só um comentário: eletrólise?)

Seria um ano iluminado? Ano-Luz é a distância percorrida pela luz durante o período de um ano. Em um ano ela é capaz de ir e voltar até o sol 31milhões de vezes. Apressadinha né?” (quase certo: seriam aproximadamente 31 mil vezes)

Cabrummm. Pra saber a distância de onde o raio caiu é só contar os segundos que separam o relâmpago do trovão e dividir por três. Viu e ouviu, corre.” (Ok, mas em qual unidade? A distância é dada em que? Furlongs ou braças?)

O dia em que a terra parou. Se a terra parar de girar, perdemos a gravidade e acabaremos flutuando. Será que temos vocação para passarinhos?”  (Claaaaro. E se ela girar ao contrário, o tempo volta, como o Superman demonstrou)

Poderia incluir mais coisas, mas essas são as melhores (ou piores). O que me impressiona é que aparentemente não se deram ao trabalho de revisar minimamente isso tudo, que fosse na wikipédia, ou ainda com o sobrinho que está cursando o segundo ano do ensino médio.

Fecho o post com uma última citação que estava na folha, e que pode dar algumas pistas sobre o embasamento científico utilizado:

Você é especial! “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu filho unigênito, para que Você nele creia e não pereça, mas tenha vida eterna” João 3:16” (só um último detalhe: a citação está alterada).

Sei que boa parte das pessoas que lêem este blog de uma forma ou de outra possui uma certa consciência ecológica para diversas questões do dia a dia. Sobre esta consciência em si, vou escrever um post debatendo o assunto mais profundamente mais para frente.

Neste post aqui eu gostaria de fazer um pequeno exercício, e gostaria que as pessoas contassem seus pequenos “pecados” conscientes dentro deste assunto. No meu caso, por mais que eu adote uma série de posturas, desde a reciclagem, reaproveitamento, redução de consumo, iluminação mais racional, etc, eu tenho dois pontos (na verdade eu diria que dois e meio pontos) que são mais falhos:

1- Eu utilizo muitos sacos de lixo no cesto da cozinha. Eu detesto chorume e mais de uma vez eu tive que lavar o cesto por ter vazado. Por conta disso, eu coloco 3 sacos plásticos de supermercado para garantir que não vaze. Fora isso, eu detesto que deixem lixo fedorento no corredor do lado de fora do prédio (a coleta aqui é meio burra), então eu ainda coloco pelo menos mais um saco plástico invertido por cima da boca dos outros para que o cheiro não se espalhe.

2- Eu utilizo muito papel toalha, muito mesmo. Limpo muita coisa com eles. Poderia utilizar menos e trocar em alguns momentos por um pano, mas a praticidade acaba ganhando aqui.

2 ½- Eu deixo um filete de água escorrendo por alguns minutos na pia do banheiro, umas duas ou três vezes ao dia, porque o Aslan curte ficar brincando com este filete e vive subindo na pia e pedindo para eu abrir a torneira. Ser um “pai” pamonha tem dessas.

E você? Quais são seus “deslizes”?

Desta vez eu fui bem malvado, mas é uma das minhas histórias prediletas.

“-Bom dia senhor, aqui é da TVA e temos uma oferta imperdível para o senhor!”

“-Ah, obrigado, mas eu não assisto televisão.”

“-Mas senhor, é uma oferta fantástica, com diversos canais e programação especial.”

“-Obrigado mesmo, mas não assisto televisão.”

“-Mas senhor, a oferta é irrecusável. O senhor poderia dar um único motivo para não aceitar esta promoção?”

Já de saco cheio e querendo cortar a conversa: “-Sim, eu sou cego.”

“-Ai meu Deus! ME DESCULPE!! Tuuu… Tuuu… Tuuu… Tuuu…”

Eu estava no escritório, havia dado problema com uma das linhas de telefone e eu não conseguia achar o número do SAC da Telefonica, nem no site e nem nas listas de papel. Toca a outra linha.

“-Olá! Aqui é do Speedy da Telefonica e temos uma ótima proposta para o senhor.”

“-Perfeito! Era com vocês mesmo que eu queria falar! Tenho uma das linhas de telefone com problemas aqui!”

“-Desculpe-me senhor, mas este é o setor de vendas. O de reparos é em outro número.”

“-Pois é este número mesmo que eu preciso. Você pode me informar?”

“-Sim, por favor anote: …”

“-Muito obrigado, vou ligar lá já.”

“-A Telefonica é que agradece e tenha uma boa noite.”

No final das contas, foi uma bela esquiva. Fico imaginando o atendente tomando consciência de que ele não conseguiu me vender nada e ainda fez o serviço de outro setor da empresa.

Bom, mais uns contos de telemarketing, estes um pouco mais antigos. Na verdade eu tenho uma verdadeira saga de interação com esta sofrida classe trabalhadora.

Algumas vezes eu simplesmente tento me desvencilhar quando estou corrido, e falo que o “Sr. André” não está em casa. Algumas vezes funciona, outras eu tenho que reforçar um pouco.

“- Bom dia. O Sr. André por favor?”

“-Ele não está no momento. Quem gostaria?”

“-Aqui é da Legião da Boa Vontade. Quem está falando?”

“-É… (primeiro nome que vem na cabeça) Carlos. Meu nome é Carlos.”

“-E o senhor é o que do Sr. André?”

“-Bom (isso já demorou demais, hora de resolver o problema)… Eu sou o marido dele.”

“Ah! Obrigado.”  Tuuu… Tuuu… Tuuu… Tuuu…

Agora que estou em meu “interlúdio profissional”, tirei uns dias para ajeitar algumas coisas pendentes. Uma delas foi a casa.

Comecei uma pequena reforma que está arquivada a mais de um ano. O bom é que organizar o espaço sempre me trás uma sensação boa. É como botar as coisas dentro da cabeça em ordem.

Comecei pela pintura. Toca a trabalheira de tirar tudo do lugar, massear e lixar, plástico em tudo para não sujar e diversas mãos de tinta. O pior: adoro pintar miniaturas, mas pintar paredes é uma das coisas que acho mais chatas de fazer.

E os gatos ficam loucos com o caos instaurado. A parte mais difícil é mante-los longe da área de trabalho para não ter que ficar limpando patinhas de tinta espalhadas pela casa. Quase tive que usar meios alternativos de contenção…

"O que você pensa que vai fazer com isso, sr. humano?"

"O que você pensa que vai fazer com isso, sr. humano?"

Novamente o telemarketing, sempre, onipresente.

-“Bom dia senhor, sou da NET e tenho uma ótima proposta para o senhor, agora que o speedy não pode mais fornecer serviços adequados para os usuários, que tal o senhor adquirir nosso plano de internet com desconto?”

-“Mas eu já sou cliente da NET, já utilizo o Vírtua. Mas se quiserem me dar um desconto mesmo assim eu aceito.”

-“Podemos oferecer o plano de internet mais o NETfone para o senhor!”

-“Mas eu já tenho o telefone incluso no meu plano.”

-“Podemos incluir a TV a cabo no pacote.”

-“Mas, mas, eu já possuo TV no pacote também.”

-“Então sinto muito senhor, não possuo mais nada a oferecer.”

De longe foi uma das tentativas de venda mais incompetentes que eu já vi…

duellist2
Ontem assisti novamente ao “The Duellists”, um dos primeiros filmes do Ridley Scott (lançado em 1977) e com Harvey Keitel e Keith Carradine nos papéis principais.

A trama gira em torno de uma pequena (e boba) desavença entre dois militares no período napoleônico. Esta desavença cresce de tal modo e de forma tão agressiva que por 15 anos se arrasta em diversos duelos entre os dois personagens, cada qual defendendo uma ótica do que seria um conceito de honra. Ao final, o motivo inicial do embate se perde e fica somente um ódio cristalizado entre ambos.

Fiquei refletindo sobre as situações que ocorrem na nossa vida, aonde um problema inicial cresce de tal forma que consegue tomar um tempo precioso de pensamentos que poderiam estar direcionados para outras coisas, aonde círculos de amizade são quebrados, aonde a própria realidade dos acontecimentos ocorridos se perde e é substituída por suposições, ou mesmo adaptados para funcionar de forma mais adequada para um ou para outro.

Mas um detalhe marcante que aparece de forma clara no filme é a questão do orgulho. Logo no começo do conflito, tudo poderia ter sido resolvido com um simples aperto de mãos, que não ocorre e com o tempo se torna inviável de poder acontecer novamente.

Fico pensando em quantos problemas na vida podem ser evitados com um simples “me perdoe”, “desculpe” ou “sinto muito”. Quantos momentos deixamos passar simplesmente por medo ou comodismo. E quando vamos ver, o final (ou início) do conflito se tornou inexorável.

Plaza_de_Mayo_1
9 de Julio
Broccolino
Catena Malbec
Catedral Metropolitana
Plaza de Mayo
Teatro Cólon
La Recoleta
Nuestra Señora del Pilar
El Ateneo Grand Splendid
Puerto Madero
Corveta Uruguay
Fragata Sarmiento
Plaza San Martín
Planetario Galileo Galilei
MALBA
Abaporu
Floralis Genérica
Filo

E aqui novamente.
Vontade de voltar em breve.
E caminhar outros dias inteiros.

Este é um detalhe que me incomodou um pouco em Buenos Aires: a mono etnia maciça. A grande maioria da população tem ascendência européia, principalmente italiana e espanhola. Fora esta grande massa branca, temos uma parcela bem menor de descendentes de índios nativos, mas é uma parcela realmente pequena da população.

Não se vê quase negros ou asiáticos por aqui. São muito raros e em geral são turistas de outros países. Chega ser estranho para nós, que estamos acostumados com a salada que é morar em São Paulo.

Tanto que aconteceu uma situação engraçada em uma das lojas que entramos. A atendente era coreana. Fiquei curioso e fui puxar papo. Ela me explicou que havia uma pequena imigração coreana por aqui, que eles já tinham um bairro próprio, que não era tão grande como em São Paulo (aonde ela inclusive possui um tio morando), etc, etc. O mais engraçado foi a outra funcionária da loja (esta de origem claramente indígena) que não entendeu o porquê de tantas perguntas e achou que estávamos interessados em comprar produtos coreanos no bairro deles.

Não tem jeito: eu gosto da mistura étnica. Neste ponto a cidade parece extremamente pobre perto da nossa.

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