You are currently browsing the category archive for the ‘Viagens’ category.
Penúltimo dia de caminhada: este foi o que tivemos o menor rendimento. A trilha estava bem pesada e estávamos cansados. Logo chegaríamos ao último ponto de acampamento.
Final da trilha pelo rio. Neste ponto, existe uma garganta que não dá para atravessar ou contornar. Quer dizer, pessoas normais. O Lex já arriscou um mergulho nela anos atrás.
Para chegar no nosso último ponto de acampamento, foi necessário o auxílio de uma corda, para subir uma parede de pedra e entrar no meio do mato para chegar numa pequena clareira.
Chegando na clareira, enquanto as meninas montavam o acampamento, Lex e eu fomos até a beira da garganta para conseguirmos água. Montamos um rapel e descemos a parede reta até o nível do rio. Enchemos os reservatórios e subimos novamente pela corda.
Nesta noite estávamos acabados. Caímos no sono cedo, enquanto nuvens carregadas passavam por nós. Trovejou a noite toda, mas a chuva não chegou a cair.
No dia seguinte, levantamos mais cedo, empacotamos as coisas e toca o caminho de volta. Tínhamos que cobrir todo o caminho e ainda encarar a ladeira acima. Eu estava com uma certa preocupação quanto a conseguirmos fazer todo o percurso de volta a tempo. Toca apertar o passo. Desta vez a caminhada foi realmente puxada.
Pegamos a bifurcação na trilha e começamos a subir o caminho da cachoeira da fumaça. Esse caminho era muito mais íngreme, e enfrentamos uma verdadeira escalada em meio à trilha de terra e lama no meio do mato.
Depois de subir mais de 100 metros de uma baita pirambeira, tendo que manter um espaçamento razoável entre cada pessoa para evitar que pedras soltas pelo caminho acertassem o parceiro imediatamente abaixo, chegamos novamente ao topo da serra, de onde se tinha uma vista ampla de Cubatão e Santos.
Ainda faltava mais um último trecho de trilha, que começou bem aberta no leito do rio, mas que depois fechou bastante, passando então para um caminho entre dois paredões de terra, com um córrego de água estagnada e lama correndo abaixo.
Neste ponto, a trilha voltou a ficar mais livre e horizontal e começamos novamente a ganhar rendimento e velocidade. Chegamos com o sol já se pondo ao lamaçal e às linhas de alta tensão com seu zumbido característico. Desta vez não tivemos tanta sorte e nos sujamos inteiros, encharcando botas, meias e calças.
Lá estávamos novamente na estrada (ponto 2) para pegar o ônibus. A noite já estava escura. Estávamos sujos e fedendo a lodo. Trocamos as roupas lá mesmo, no meio fio, correndo pois o ônibus já estava chegando. As “botas de astronauta” receberam um fim não tão honroso, depois de sobreviverem a volta da trilha toda, sendo jogadas numa pilha enorme de lixo na beira da estrada.
Chegando novamente em Rio Grande da Serra, uma pausa antes de pegar o trem de volta para São Paulo, em um boteco com uma boa cerveja gelada.
No dia seguinte, um sorriso no rosto, o corpo inteiro dolorido e a lembrança de que não tínhamos mais 18 anos. Mas a vontade era de voltar para o meio do mato.
Acho que chegou a hora de começar a planejar a próxima empreitada.
Depois de um (não tão) breve intervalo, continuemos a história do passeio.
Após um belo brunch, hora de levantar acampamento e continuar a viagem. Desmonta-se tudo, limpa-se tudo e acondiciona-se novamente nas mochilas. Ao retomar a trilha, um susto: a quantidade de pessoas que estavam no ponto de acampamento logo à frente. Parecia uma pequena cidade. Barracas e pessoas espalhadas por todos os espaços disponíveis.
Começamos então a entrar na parte mais rochosa do leito do rio. Neste ponto, o ritmo de caminhada caiu muito, pois tínhamos que nos equilibrar nas rochas e a mochila atrapalhava bastante. Mas a vista estava cada vez mais bonita.
Chegamos então à bifurcação que iríamos fazer no caminho de volta:
Entrávamos então no vale da morte e no início de uma das partes mais difíceis da viagem. Já havíamos descido mais ou menos uns 300 metros desde o início da caminhada, e este era um dos ponto de descida mais acentuada:
Nas nossas paradas de descanso, podíamos aproveitar as cachoeiras para alguns mergulhos:
Como a velocidade de avanço estava bem menor do que esperávamos, tivemos que improvisar um ponto de parada (nosso acampamento nº 2) antes do esperado. Descer o rio de pedras no escuro não parecia uma boa idéia. Um platô mais plano, ao lado do rio, serviu para improvisarmos um local para as barracas.
Para caber as duas barracas e a rede, tivemos que fazer uma certa movimentação de terra, aplainar o terreno e carregar algumas pedras de um lado para o outro:
Apesar da certa precariedade do local de parada, era delicioso para dormir olhando para as estrelas e acordar logo pela manhã com a frente da barraca voltada para o rio e para pequenas cachoeiras. Aproveitamos o dia seguinte para curtir o lugar e dar alguns bons mergulhos antes de continuar o restante do dia de caminhada.
Por ser carnaval, a área de acampamento que o Lex conhecia, mais ampla e espaçosa, estava tomada por outras barracas. Tivemos que montar a nossa num ponto antes de chegar à esta área, numa pequena clareira ao lado do rio. Como era em um trecho de passagem, durante a noite e no dia seguinte, tivemos várias visitas de ilustres desconhecidos no nosso acampamento.
Momento de montar a “casinha”:
Nós levamos duas barracas para os casais e uma rede com uma Tarp Oca para a Vê. A montagem da rede demandou uma técnica um pouco mais apurada:
E o resultado final, com a rede já com a cobertura:
O espaço interno é bastante confortável:
A nossa “favelinha” já pronta, com o Lex já separando o material para o rango:
Antes da janta, porém, deu para parar um pouco, curtir a tranqüilidade em meio ao nada e atualizar um pouco a leitura:
No dia seguinte pela manhã, hora da bóia com um senhor brunch. Viajando com a Jô, Lex e Vê, come-se muito, mas muito bem! Nada de miojo e outras tranqueiras tradicionais. Este foi o dia do Lex preparar um senhor omeletão:
Na janta da noite anterior, teve até sobremesa, de arroz doce e açaí:
Enquanto rolava a preparação da comida, acabei me “entretendo” com a resolução de um sério problema: a bota da Vê. Com a sola solta, teríamos problemas mais para frente no caminho de volta. Hora de um pouco de “MacGyverísmo” com o rolo de Silver Tape:
Quando terminei, fiquei na dúvida se o conserto agüentaria o tranco da trilha. Mas parece que meu remendo foi bem eficiente. A bota agüentou inteira até o final, quando teve o seu honroso “funeral viking”.
Descendo do ônibus, já entramos na trilha que sai direto da estrada. Este trecho ainda era bem mais simples e plano, tanto que o rendimento do primeiro dia foi bastante proveitoso.
Basicamente o início deste trecho era uma estrada de terra batida em meio a um pântano. Logo no começo, passamos por debaixo de algumas torres de alta-tensão. Dava para ouvir claramente o chiado da energia elétrica nos fios.
Últimos preparativos – verificando as câmeras para coletar boas fotos:
Todos prontos para ir, com as mochilas enormes nas costas:
Enfrentando os trechos de pântano. Este da ida até que foi tranqüilo:
Trechos da trilha, ainda bem simples e aberta:
A primeira dificuldade: atravessar o rio sobre os troncos, com a mochila pesada nas costas. A bichinha acaba desequilibrando mesmo a gente:
Mais um trecho pantanoso e o primeiro “acidente”. Vê enfia o pé na lama e a sola da sua bota (ou boot para os íntimos) descola e solta quase totalmente. Para prosseguir caminho, foi necessária uma “cirurgia de emergência”:
Como a região é bem próxima de áreas povoadas, encontramos bastante lixo no caminho. Na foto, eu com o que sobrou de um chinelo de algum trilheiro pé-de-frango:
E no último pedaço da trilha deste dia, chegamos ao rio, aonde fizemos trechos alternando entre terra firme e por dentro do leito até chegarmos no ponto do primeiro acampamento.
Hora de voltar a escrever por aqui, depois de mais um longo hiato.
Vou aproveitar e falar sobre a viagem de aventura do carnaval deste ano. Nosso destino: Paranapiacaba, sua trilha de cachoeiras e o Vale da Morte.
Nossos personagens: Lu, Vê, Lex , Jô e eu.
Abaixo, o mapa do trajeto percorrido. Entramos na trilha pelo ponto “1” e saímos pelo ponto “2” quatro dias depois. A distância em si não foi tão longa (o percurso total deu mais ou menos 10km), mas com um desnível de 330 metros entre o ponto de entrada e o ponto mais distante que chegamos – no acampamento 3.
Na noite pré-viagem, os preparativos. A maior parte do material espalhado no chão da sala da casa da Lu, pronto para ser acondicionada nas costas de cada andarilho:
Vê se mostrando apaixonada pelo presente dado especialmente para viagem – um isolante térmico inflável:
Para preparar os ânimos para o passeio, foi uma noite regada a comida japonesa:
E com um pouco de tabuleiro para relaxar:
No dia seguinte acordamos cedo, resolvemos algumas pendências e fomos até a estação da Luz pegar o trem para Rio Grande da Serra. E eis nossos aventureiros no seu passeio tranqüilo e confortável de trem, ainda limpos e arrumados:
Depois do trem pegamos um ônibus que nos deixou na estrada, na boca da trilha. E então começou mesmo a aventura. Mas essa parte da história fica para o post seguinte.
Foi rápida, foi curta, foi intensa a estada.
Esperava algo de Paris, algo diferente, algo que sempre estudei academicamente.
Mas o que encontrei foi grandioso, magnífico…
E ao mesmo tempo acolhedor e simples.
Uma cidade de muitas nuances, aonde o tudo acontece nos detalhes.
Consegui entender porque ela precisa ser sentida e não analisada.
Não se pode simplesmente pensar Paris.
Ela deve ser respirada e sorvida.
Voltarei.
Preciso voltar, pois parte do meu coração ficou lá.
9 de Julio
Broccolino
Catena Malbec
Catedral Metropolitana
Plaza de Mayo
Teatro Cólon
La Recoleta
Nuestra Señora del Pilar
El Ateneo Grand Splendid
Puerto Madero
Corveta Uruguay
Fragata Sarmiento
Plaza San Martín
Planetario Galileo Galilei
MALBA
Abaporu
Floralis Genérica
Filo
E aqui novamente.
Vontade de voltar em breve.
E caminhar outros dias inteiros.
Este é um detalhe que me incomodou um pouco em Buenos Aires: a mono etnia maciça. A grande maioria da população tem ascendência européia, principalmente italiana e espanhola. Fora esta grande massa branca, temos uma parcela bem menor de descendentes de índios nativos, mas é uma parcela realmente pequena da população.
Não se vê quase negros ou asiáticos por aqui. São muito raros e em geral são turistas de outros países. Chega ser estranho para nós, que estamos acostumados com a salada que é morar em São Paulo.
Tanto que aconteceu uma situação engraçada em uma das lojas que entramos. A atendente era coreana. Fiquei curioso e fui puxar papo. Ela me explicou que havia uma pequena imigração coreana por aqui, que eles já tinham um bairro próprio, que não era tão grande como em São Paulo (aonde ela inclusive possui um tio morando), etc, etc. O mais engraçado foi a outra funcionária da loja (esta de origem claramente indígena) que não entendeu o porquê de tantas perguntas e achou que estávamos interessados em comprar produtos coreanos no bairro deles.
Não tem jeito: eu gosto da mistura étnica. Neste ponto a cidade parece extremamente pobre perto da nossa.
Antes de virmos para cá, fomos bombardeados por pedidos para cancelarmos a viagem, por conta desta epidemia desenfreada que assola a Argentina. Curiosamente, as únicas pessoas que somente desejavam boa viagem e pareciam não estar preocupadas eram nossos amigos que trabalham de alguma forma ligados à área da saúde.
Por aqui, o quadro apresentado é bem diferente do exposto pela mídia sensacionalista. Ver pessoas andando com máscaras na rua é bem raro na verdade. Somente pessoas que lidam mais intensamente com o público e principalmente com estrangeiros (como encarregados da imigração nos aeroportos ou responsáveis pelo setor de saúde, por exemplo) usam máscaras constantemente.
Mas claro, temos tomado cuidados extras. Temos evitado aglomerações, boa parte dos nossos passeios tem sido em lugares abertos e amplos, temos ficado um pouco mais noiados com o nível de higiene (lavamos as mãos com muito mais freqüência e temos usado gel anticéptico com álcool). Parece que está funcionando tranqüilo para evitar problemas, mas caso as coisas piorem, já descobrimos aonde encontrar por aqui o equipamento básico para evitar problemas mais graves:

to boldly go where no pig has gone before