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Privação de sono e direção é uma combinação que sempre me preocupou. Fico angustiado quando alguém que gosto resolve pegar no volante morrendo de sono. A atenção cai muito e a possibilidade de uma “pescada” pode causar um acidente grave.
Não foi bem uma pescada que quase gerou um acidente comigo hoje, mas a falta de atenção que o sono traz, após dormir apenas três horas.
Aproveitei o dia para lavar a minha bicicleta que estava toda enlameada. Desmontei parte das peças, balde e escovinha e lá fui eu dar um tapa na bichinha.
Tudo bem, tudo bonito até que eu resolvo remonta-la. Me distraí e deixei a roda traseira meio frouxa. Pedalando na rua, comecei a sentir uma vibração estranha, mas não conseguia ver o que estava errado.
Vindo em velocidade pela Vergueiro, pedalei mais forte para ultrapassar um ônibus que estava parando e a roda se soltou e travou a catraca no garfo traseiro. A bicicleta simplesmente travou o movimento quase na frente do ônibus que ainda estava freando.
Consegui me equilibrar, direcionar a bicicleta e chegar na calçada sem maiores danos, fora o coração quase saindo pela boca. Não estragou nada, ou quase nada: a tampinha de proteção do eixo de engate rápido caiu no meio da avenida e foi atropelada e esmigalhada.
Perdi totalmente o sono, pois minha adrenalina está no talo agora. Mas fica a lição: se não dormir, não pedale.
Demorou, ou não. Ganhei meu batismo de asfalto nesta quinta. Tomei uma fechada de um táxi, sambei no cascalho e beijei o chão.
Eu estava um pouco distraído, isso é verdade. No limite do horário para chegar na aula de dança e com a cabeça ainda cheia com o peso de muitas elucubrações. Se eu estivesse mais atento, talvez tivesse me safado.
Estava descendo a Arthur de Azevedo, na Vila Madalena. Um pouco rápido sim (32km/h) e a região anda em obras, então volta e meia encontram-se trechos com cascalho, areia e outros restos de construção espalhados na pista.
Estava quase chegando na Mateus Grou quando um taxista resolveu acelerar, dar uma buzinada e me ultrapassar, jogando o carro na minha direção para fazer uma conversão à direita. Desviei no susto, desequilibrei, freei para reduzir, mas estava passando em cima de cascalho e areia. Não teve jeito, caí com tudo de lado. O taxista nem viu o que aconteceu, pois já estava virando a esquina.
De imediato, duas sensações. Uma táctil: algo escorria na lateral do meu rosto; outra se sobrevivência: precisava sair do meio da rua para não ser pego por algum carro. Rodei de lado e arrastei a Dahon para a calçada.
Peguei a minha toalha, molhei-a com água da mochila de hidratação e comecei a limpar o sangue do rosto, ralado das mãos e cotovelos. Nada quebrado. A roupa segurou um pouco das escoriações e o capacete cumpriu o seu papel. Mas mesmo com ele, eu estava com um galo enorme do lado da cabeça. Nem quero saber o que poderia ter acontecido sem.
Liguei para a Lelê que estava saindo da aula e fui resgatado. Rotina de hospital, três pontos no supercílio, radiografias, recomendações de como cuidar pela próxima semana. Mesmo assim espero estar bem para o passeio ciclístico noturno da Virada Esportiva neste sábado.
Juro que não quero encarar essa disputa entre motoristas e ciclistas como uma guerra. Serviu de lição para ficar mais atento, identificar melhor as áreas de risco e não abusar. De resto, é continuar pedalando e tentar conscientizar as pessoas.
E fora o que eu regenerarei com o tempo? Acabei tendo sim uma perda material. A bicicleta saiu ilesa, mas não sei aonde foi parar o bendito botão da minha calça…