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Conheci o Renato Ventura no Arquidiocesano, na época que eu ainda era professor de catequese. Ele era um cara calmo, tranqüilo, atencioso.
Mesmo depois de ter deixado a catequese de lado, ainda tínhamos um vínculo de amizade. Isso era no nosso final de adolescência. Saíamos de final de semana com a turma da época, que já incluía o Caio Gracco, amigo desde a época de colégio. Haviam histórias engraçadas sobre as nossas peripércias com o Gordini do Ventura em plena madrugada, como em certa noite que, após a tradicional rodada de bebedeira, colocamos algo como 7 marmanjos dentro do Gordini minúsculo, sendo que um deles era o Carlão, que na época deveria pesar uns 140 kg.
Bons tempos.
E qual foi o meu susto quando na quarta, dia 22 do mês passado, recebo uma ligação do Caio Gracco, quase meia noite me contando a história trágica que havia ocorrido. Para quem ainda não ligou a pessoa ao acontecimento, veja aqui e aqui.
Passei alguns dias mal e pensativo depois disso. Não só pelo ocorrido em si, com um amigo que agora era distante, não só pelo que leva uma pessoa a este ponto de desespero, mas como este desespero acabou afetando outras pessoas em volta, no caso o próprio filho.
Todos temos limites. Todos passam por momentos de pânico aonde nada mais faz sentido. Alguns chegam ao ponto de acreditar que a única saída é encerrar o trajeto por aqui. Acreditem, não é uma situação fácil e não é uma situação que você sai totalmente ileso. Já vivenciei isso. E, citando Lutero, “às vezes quando você olha para o abismo, ele olha de volta para você”. A saída nunca é ilesa. Mas independente disso, ainda me choca a questão do filho. De como ele conseguiu fazer o que fez com uma pessoa que amava.
Não sei ainda o que pensar direito de tudo isso. Só sei que tenho um sentimento de profundo pesar pela pessoa que um dia conheci, e que não terei chance de um dia voltar a ver.
Esta é uma vida de desencontros, aonde as relações pessoais estão fadadas a um fim ou afastamento. Devemos mesmo viver as nossas amizades da melhor forma possível, pois é provável que neste turbilhão em que vivemos, não tenhamos a chance de vê-las mais caso percamos o contato com o arrastar da maré.