Desde sempre eu fui uma pessoa de agir e resolver as coisas. Sempre lembro de que, quando precisava construir algo com uma certa urgência (como algum cenário para teatro), não me importava em arrancar uma peça de algum outro objeto e resolver o problema. Depois eu me preocupava com o objeto que havia ficado perneta.
Por conta disso, momentos como este que estou, de transição e mudança em diversas áreas da minha vida, me deixam incomodado. Estou preparando muita coisa, arrumando muita coisa, entendendo e sentindo um outro tanto. Mas as coisas em si estão incompletas e não sei aonde eu consigo as peças para finaliza-las.
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Meu psicólogo usou uma metáfora interessante uma vez. Das mudanças como sendo uma troca de poltronas.
Você está confortável na sua poltrona, mas ela já está meio capenga para você. Ou o estofado está ruim, ou ela está bamba, ou a posição já não é a melhor. Você então se dá conta de que você na verdade não se sente confortável, mas está acomodado naquela poltrona e nem para e pensa que pode achar uma poltrona mais adequada.
Ou você pode aceitar e ficar daquele jeito para sempre ou levantar e procurar outra poltrona. Se você acha outra fácil e tem certeza da escolha, melhor para você. Você se senta e continua confortavelmente a sua vida.
Mas por vezes você não encontra a poltrona ideal (ou pelo menos acha que não encontra) e tem que passar um bom tempo de pé. Por vezes a poltrona ideal está ocupada. Por vezes ela não existe ou você não sabe onde ela está. Por vezes, você fica apenas na dúvida de decidir por qual delas.
É nesta hora que você se cansa e de repente a poltrona antiga parece novamente confortável. E aí você corre o risco de voltar para ela e perder a sua busca.
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A grande questão é que não estou cansado, mas sim ansioso por resolver tudo. Detesto coisas não resolvidas, pois me travam em outras áreas. Preciso muito estar confortável nas poltronas novas, nem que eu tenha que construí-las para isso.
4 comentários
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10/12/2009 às 23:19
patrick
Oi André!!
Lendo seu texto, em muito momentos me identifiquei. Tbém estou numa fase de muitas mudanças. Mais uma coisa lhe digo. A “nova poltrona” está ai, junto a vc. Que tal deixar o ‘chi’ fluir!!!!.
Valeu.
Patrick
11/12/2009 às 01:25
Dani
Como uma pessoa mega-ansiosa e impaciente que está começando a sair de uma fase bem lenta e dolorosa eu penso em um milhão de frases clichês, que todo mundo conhece, que tem uma parte de verdade e que funcionaram algumas vezes para mim nos períodos mais complicados.
O que funcionou p/ mim no fim foi o que eu escrevi no blog, eu me mandei respirar muito nesse período, tive que aprender a respeitar o ritmo dos outros e também que eu posso deixar as coisas saírem das minhas mãos, que eu preciso acreditar que se eu dei tudo de mim, se eu fiz o meu melhor, é isso, é tudo que eu posso fazer.
Agora pensei na música do Bowie “Planet Earth is blue and there’s nothing I can do”, é isso.
Mas assim, se você fez o que podia, não se deixe travar por coisas que estão fora do seu controle, aí não é legal… Precisa lembrar que algumas coisas podem estar não-resolvidas só para você, para os outros estão resolvidas, ou que outras coisas terminam na não-resolução mesmo.
E aí eu vou falar algo mega-clichê que funciona mega-bem para mim! “Se tem uma solução ela vai aparecer, se não tem, se preocupar com ela também não vai resolver” =)
14/12/2009 às 07:23
Fausto
Eu só acho que vc deveria usar a poltrona da imagem de lado. Apoiando as costas no braço mais alto do móvel, e as pernas no mais baixo.
😉
15/01/2010 às 14:37
anonimo amigo
se vc cuidar de sua poltrona ela ficará confortavel a vida toda, o lance não eh jogar fora quandoo estofado esta ruim. nao eh esse o problema da poltrona e sim do dono. as vezes mudar a poltrona de lugar ja basta, coloca-la num lugar onde tem um sol ou um ventinho, brisa da manhã….
achoque voce e seu psicologo estão errados… nao eh pq o movel estah antigo que precisa ser jogado fora.
usea metafora de uma planta… eh preciso irrigar e regar todos os dias cuidar dela, do vaso, da terra tudo….